Se eu morrer amanhã, posso garantir que morro feliz. Eu tive a oportunidade de viver um período único de experiências diferentes. Não vivi nos anos 60, mas assisti “De volta para o futuro”, o que já valeu a pena. Peguei a parte final dos badalados “anos 70”, inclusive frequentando discoteca, onde se dançava de verdade, período imortalizado pelo inimitável Chacrinha. Curti cada segundo dos “anos 80”, com a explosão do rock nacional. Fui gago quando criança, sem dar bola para o malfadado “bullyng” tanto falado nos dias de hoje, sendo que até radialista virei. Conquistei amigos de verdade. Aprendi o valor do reconhecimento. Estudei no seminário, pensando em ser padre. Morei sozinho por anos. Fiz amigos cuja amizade valorizo até hoje, embora talvez nunca mais possa abraçá-los de novo devido a distância. Tive uma família enorme, com um pai e uma mãe maravilhosos. Irmãos fantásticos. Sobrinhos com os quais, quando pude, curti cada momento com eles. Conheci a mulher da minha vida, com quem quero viver o resto dos meus dias. Filhos que me orgulham. Cheguei ao século 21. As músicas não são mais as mesmas. Nem os pensamentos. Mas tudo bem. Adaptamos-nos a isso. Mas, só lamento uma coisa. Se eu morrer amanhã, não vou conseguir ver o Palmeiras campeão mundial!! Eita!!